RESOLUÇÃO SE 80 ( RECORTE DO04/11/2009)


 

PERFIL DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

O professor atuante na modalidade de Educação Especial

deve ter como princípio a Educação Inclusiva, partindo do

pressuposto de que todos os alunos têm direito de estar juntos,

convivendo e aprendendo.

O professor especializado deve estar atento às possibilidades

de acesso, tanto físico como de comunicação, a partir

do conhecimento dos recursos necessários e disponíveis, o que

permite o desenvolvimento pleno do humano.

Aliado a isso, coloca-se a questão didática, pois o professor

especializado deve ter a clareza das características próprias

de seu trabalho, que não pode avançar sobre aquele da sala

comum. Guarda-se, assim, uma relação dialética entre o professor

da sala comum e o professor especializado, devendo ser

próprio deste último a competência para trabalhar com o aluno

as questões relativas às dificuldades geradas pela deficiência.

Não pode ser esquecida, também, a amplitude do olhar que

o professor especializado deve ter com relação a seus colegas da

sala comum, à equipe escolar como um todo e à comunidades,

principalmente, à família do aluno.

Enfim, impõe-se ao professor especializado a percepção

das contínuas mudanças sociais que foram se concretizando ao

longo do tempo, tendo como referência a questão da diversidade.

Neste contexto, é importante o conhecimento da evolução

das políticas públicas, refletidas na legislação atual, principalmente

no que se refere ao Brasil e ao estado de São Paulo.

O professor de Educação Especial deve apresentar o

seguinte perfil:

1. Demonstrar conhecimento dos aspectos históricos da

relação da sociedade com as deficiências e a pessoa com

deficiência.

2. Conhecer as várias tendências na abordagem teórica da

educação das pessoas que apresentam necessidades educacionais

especiais.

3. Ser capaz de produzir e selecionar material didático em

vista do trabalho pedagógico.

4. Dominar noções dos aspectos fisiológicos e clínicos das

deficiências.

5. Identificar as necessidades educacionais de cada aluno

por meio de avaliação pedagógica.

6. Elaborar Plano de Atendimento no Serviço de Apoio Pedagógico

Especializado - SAPE, visando a intervenção pedagógica

nas áreas do desenvolvimento global e encaminhamentos

educacionais necessários.

7. Desenvolver com os alunos matriculados em classes

comuns atividades escolares complementares, submetendo-as a

flexibilizações, promovendo adaptações de acesso ao currículo e

recursos específicos necessários.

8. Conhecer os indicadores que definam a evolução do

aluno em relação ao domínio dos conteúdos curriculares e

elaborar os registros adequados.

9. Interagir com seus pares, com a equipe escolar como

um todo, com a família e com a comunidade, favorecendo a

compreensão das características das deficiências.

10. Utilizar-se das diversas contribuições culturais para facilitar

aos alunos sua compreensão e inserção no mundo.

Habilidades do professor de Educação Especial

Deficiência Física

1. Identificar os vários aspectos de como se apresentam

a deficiência e decidir sobre os recursos pedagógicos a serem

utilizados.

2. Conhecer os Recursos de Comunicação Alternativa.

3. Conhecer Recursos de Acessibilidade ao Computador.

4. Reconhecer e identificar materiais pedagógicos: engrossadores

de lápis, plano inclinado, tesouras adaptadas, entre

outros.

5. Identificar formas adequadas de acompanhamento do

uso dos recursos alternativos em sala de aula comum.

Deficiência Auditiva

1. Identificar aspectos culturais próprios da comunidade

surda.

2. Dominar a metodologia de ensino da Língua Portuguesa

para Surdos.

3. Dominar a metodologia do ensino da Língua Brasileira

de Sinais - LIBRAS.

4. Dominar o ensino com LIBRAS.

5. Reconhecer e identificar materiais didáticos e pedagógicos

com base na pedagogia visual e na Libras, entre outros.

Deficiência Visual

1. Dominar o ensino do Sistema Braille.

2. Demonstrar o domínio de conhecimentos sobre orientação

e mobilidade e sobre atividades da vida autônoma.

3. Dominar conhecimentos para uso de ferramentas de

comunicação: sintetizadores de voz para ler e escrever via

computador.

4. Dominar a técnica de Soroban.

5. Identificar material didático adaptado e adequado, de

acordo com a necessidade gerada pela deficiência (visão subnormal

ou cegueira).

Deficiência Intelectual

1. Identificar e ser capaz de avaliar a necessidade de elaboração

de Adaptação Curricular.

2. Diante de situações de diagnóstico, ser capaz de avaliar a

necessidade de Currículo Natural Funcional para a vida prática, e

habilidades acadêmicas funcionais.

3. Identificar materiais didáticos facilitadores da aprendizagem

como alternativas de se atingir o mesmo objetivo proposto

para sala do ensino comum, levando em conta os limites impostos

pela deficiência.

4. Identificar habilidades básicas de autogestão e específicas

visando o mercado de trabalho.

5. Reconhecer situações de favorecimento da autonomia do

educando com deficiência intelectual.

Bibliografia para Educação Especial

Deficiências / Inclusão - Geral

1. BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. Um Olhar sobre a Deficiência.

Campinas: Papirus, 1998.

2. MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar - O que

é ? Por quê? Como Fazer? 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2006.

3. MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial

no Brasil História e Políticas Públicas, SP, Cortez, 1996.

4. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais.

Porto Alegre: Art Med, 2003.

5. ROSITA, Edler Carvalho. Educação Inclusiva com os Pingos

nos Is. 2. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

6. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma

Sociedade para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

7. STAINBACK, S. STAINBACK, W. Inclusão: um guia para

educadores. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Artes

Médicas Sul, 1999.

Deficiência Auditiva

8. GOES, M. C. R. de. Linguagem, Surdez e Educação. Campinas,

SP: Autores Associados, 1996.

9. GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição

humana numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo, SP:

Plexus: 1997.

10. SKLIAR, Carlos. A Surdez: um Olhar sobre as Diferenças.

3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Deficiência Física

11. BASIL, Carmen. Os alunos com paralisia cerebral: desenvolvimento

e educação. In: COLL,C.; PALACIOS,J.; MARCHESI, A.

Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas

especiais e aprendizagem escolar. Vol.3 Porto Alegre: Artes

Médicas, 1995 (pp 252-271).

Deficiência Mental

12. AMERICAN ASSOCIATION ON MENTAL RETARDATION.

Retardo mental: definição, classificação e sistemas de apoio.

Tradução por Magda França Lopes. 10. Ed. Porto Alegre: Artmed,

2006.

13. OMS - Organização Mundial da Saúde, CIF: Classificação

Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde [Centro

Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família

de Classificações Internacionais, org.; coordenação da tradução

Cassia Maria Buchalla]. São Paulo: Editora da Universidade de

São Paulo - EDUSP; 2003.

Deficiência Visual

14. AMORIN, Célia Maria Araújo de e ALVES, Maria Glicélia.

A criança cega vai à escola: preparando para alfabetização.

Fundação Dorina, 2008.

15. LIMA, Eliana Cunha, NASSIF, Maria Christina Martins e

FELLIPE, Maria Cristina Godoy Cruz. Convivendo com a baixavisão:

da criança à pessoa idosa. Fundação Dorina, 2008.

Documentos para Educação Especial

Deficiências / Inclusão - Geral

1. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares

Nacionais: Adaptações Curriculares. Brasília, MEC/SEF, 1999.

Deficiência Física

2. BRASIL. Ministério da Educação. Atendimento educacional

especializado: deficiência física. Brasília: SEESP/SEED/

MEC, 2007.

3. BRASIL. Ministério da Educação. Estratégias e orientações

pedagógicas para a educação de crianças com necessidades

educacionais especiais: dificuldades de comunicação e sinalização:

deficiência múltipla. Secretaria de Educação Especial.

Brasília: MEC/SEESP, 2002.(Educação Infantil, vol. 5).

4. BRASIL. Ministério da Educação. Saberes e Práticas da

Inclusão: Desenvolvendo competências para o atendimento às

necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência

física/neuro-motora. Secretaria de Educação Especial. Brasília:

MEC/SEESP, 2006.

Deficiência Mental

5. BRASIL. Ministério da Educação. Atendimento Educacional

Especializado: Deficiência Mental. Secretaria de Educação

Especial. MEC/SEESP, Brasília, 2007.

6. BRASIL. Ministério da Educação. Educação Inclusiva:

Atendimento Educacional para a Deficiência Mental. Secretaria

de Educação Especial. MEC/SEESP, Brasília, 2005.

Deficiência Visual

7. BRASIL. Ministério da Educação. Educação Especial:

Construção do Pré-Soroban. MEC/SEESP, Brasília.

8. BRASIL. Ministério da Educação. Educação Especial: Grafia

Braille para a Língua Portuguesa. MEC/ SEESP, Brasília, 2006.

9. BRASIL. Ministério da Educação. Educação Especial:

Orientação e Mobilidade - Conhecimentos básicos para a

inclusão da pessoa com deficiência visual. MEC/SEESP, Brasília.

(1) Cf. "Diretrizes curriculares aos cursos de graduação em

Filosofia", Secretaria de Ensino Superior/MEC-SESU, Comissão

de Especialistas de Ensino de Filosofia (N. G. Gomes,

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Saberes e Práticas da Inclusão

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